terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Tecnologia fora do preço!


A ONG de Nicholas Negroponte tentará vender o tablet XO-3 no mundo por menos de US$ 100
A ONG de Nicholas Negroponte tentará vender o tablet XO-3 no mundo por menos de US$ 100
Londres – Há alguns anos, se você entrasse em algum blog de design, folheasse uma revista sobre o assunto ou se deparasse com uma lista dos vencedores de prêmios na área, um nome sempre surgia: “One Laptop per Child” - OLPC, [Um Laptop por Criança].
Já faz cerca de seis anos que o tecnólogo americano Nicholas Negroponte anunciou um plano extraordinariamente audacioso: criar um laptop atraente e barato que, prometeu, ajudaria a educar milhões de crianças pobres no mundo. Depois de dominar o debate sobre este design pelos três ou quatro anos seguintes, a OLPC - organização sem fins lucrativos que o tecnólogo fundou - tem estado consideravelmente calada. O que aconteceu?
Para resumir uma longuíssima e complicada história, desde que o frenesi inicial decantou, a OLPC tem se concentrado na logística do envio de um total de 2,3 milhões laptops para 45 países. A instituição também vem trabalhando em formas de melhorar a performance e a manutenção dessas máquinas, além de desenvolver um novo tablet, o XO-3, que deve ser apresentado em breve.
Impressionado? Quem não ficaria? Só que Negroponte esperava que a OLPC conseguisse muito mais. Em janeiro de 2006, ele previu que distribuiria pelo menos 7 milhões de laptops nos anos seguintes, ao custo de não mais que US$ 100, a unidade. Até o momento, a OLPC entregou menos de um terço desse montante e, apesar de todos os esforços, o preço do modelo atual varia entre US$ 209 e US$ 229.
Existem explicações plausíveis para esse déficit nos negócios. Alguns dos governos que inicialmente se comprometeram a comprar os laptops da OLPC perderam o poder ou voltaram atrás em suas promessas. E o preço dos computadores foi inflacionado pela fraqueza do dólar e do elevado custo dos componentes. A OLPC está presa em um ciclo vicioso, no qual precisa aumentar significativamente os contratos para reduzir o preço e produzir com mais economia, mas é improvável que consiga fazer isso para uma máquina custando mais de US$ 200.
Mas a OLPC foi envolvida por uma nuvem de dúvidas desde o início. Economistas acusam-na de subestimar a complexidade de se operar em países em desenvolvimento. Educadores, por sua vez, questionaram se não seria preferível investir em livros ou em salários melhores para os professores em vez de comprar laptops para os estudantes. Ambientalistas alertaram que milhões de computados quebrados poderiam acabar entulhando aterros de lixo pelas próximas décadas. E a indústria da tecnologia reclamou que, por não ter fins lucrativos, a OLPC iria distorcer a competição no mercado.

site: www.uol.com.br

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